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Bispo Márcio Silva. |
Existe fé positiva e fé negativa, e cada uma delas
pode ser ativa (consciente) ou passiva (automática). Segundo o apóstolo Paulo,
“a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se
vêem” (Hb 11:1). Assim sendo, quando alguém crê convictamente em alguma coisa,
que isso ou aquilo vai acontecer em sua vida, então essa pessoa pratica um ato
de fé, que será positiva se o que ela acredita é bom, e negativa se o que ela
acredita é ruim.
Tem gente que ao sentir uma dor logo imagina que a
mesma é um sintoma de uma doença incurável, tal como o câncer. Isto é fé
negativa. E depois ainda alimenta essa fé negativa conversando com outras
pessoas que têm a mesma maneira de pensar. E os outros, infelizmente, sempre
têm uma história triste para contar, de alguém que tinha uma dor parecida e
acabou morrendo de câncer…
Assim sendo, a tendência dessa pessoa é de contrair
a doença em que acredita. Isto é fé negativa, e também passiva, pois a pessoa
não tem consciência do que está fazendo. Mas quando a pessoa toma consciência
do fato – então a fé torna-se consciente e a pessoa pode reagir.
No início de seu ministério, coube a Jesus ler na
sinagoga a seguinte passagem de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para levar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar
aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista; dar liberdade
aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Is 61:1-2). E após a
leitura, Jesus acrescentou: “Hoje se cumpre esta passagem da Escritura que
acabais de ouvir” (Lc 4:18-21).
Se somos realmente cristãos, isto é, imitadores de
Cristo – então devemos fazer como Cristo fazia: devemos anunciar a Boa Nova aos
pobres (isto é, aos que dela necessitam); devemos proclamar a libertação aos
prisioneiros de Satanás; devemos recuperar a visão daqueles que se tornaram
cegos por falta de conhecimento de Deus, e, através da fé, levar a liberdade
aos oprimidos.
O caminho a ser tomado pelos pessimistas, isto é,
por aqueles que têm fé negativa, mas querem livrar-se dela – é envolver-se ao
máximo com os que têm fé positiva. No começo é muito difícil, porque temos de
nos esforçar para pensar positivamente, isto é, só conseguimos fazê-lo se
agirmos de forma consciente e ativa; mas com o passar do tempo a gente se
acostuma, pois adquire a virtude de pensar positivamente, de forma automática.
É por isto que o apóstolo Paulo escreveu em suas
exortações aos filipenses: “Enfim, irmãos, tudo o
que há de verdadeiro, digno, justo, puro, amável, honesto, tudo o que é
virtuoso e elogiável, seja o objeto dos vossos pensamentos” (Fl 4:8).
Infelizmente, a fé negativa tem o mesmo poder que a
fé positiva, porque tanto uma como a outra são “a certeza de coisas que se
esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hb 11:1).
Assim sendo, devemos tomar muito cuidado com as
pessoas que têm fé negativa e ativa, isto é, que são conscientemente
pessimistas, pois emanam muita energia negativa. E este cuidado precisa ser redobrado
se a pessoa é muito emotiva, ou se já está ansiosa ou deprimida, pois poderá
ter o seu estado agravado devido à má influência dessas pessoas que propagam
sentimentos e idéias negativas.
Falando claro, o diabo trabalha com a fé negativa, e
Deus com a fé positiva.
Assim sendo, procuremos ativamente ter uma fé
positiva, acreditando em coisas boas, semeando idéias positivas e fazendo o
bem, não importa o quanto sejamos atacados pela mensagem negativa de Satanás e
seus demônios, que procuram produzir em nós uma fé negativa e nos prejudicar.
E quando nos sentirmos fracos, abatidos, deprimidos
– procuremos a ajuda de Deus, fortaleçamo-nos lendo a Palavra de Deus,
recebendo o Cristo em nossos corações, e com Cristo – tudo podemos superar (Fl
4:3).