Bispo Márcio Silva. |
Dois Remos.
Um viajante caminhava pelas margens de um
grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro
lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar
o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio
momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a
travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.
O viajante olhou detidamente e percebeu o que
pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do
barco, observou que eram mesmo duas palavras.
Num dos remos estava entalhada a
palavra acreditar e no outro, agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a
razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava
escrito acreditar, e remou com toda força.
O barco, então, começou a dar voltas, sem
sair do lugar em que estava.
Em seguida, pegou o remo em que estava
escrito agir e remou com todo vigor.
Novamente o barco girou em sentido oposto,
sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os
dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os
lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então, o barqueiro disse ao viajante:
Este barco pode ser chamado de autoconfiança.
E a margem é a meta que desejamos atingir.
Para que o barco da autoconfiança navegue
seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos, ao
mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
Não basta apenas acreditar, senão o barco
ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção
que nos levará a alcançar a nossa meta.
Agir e acreditar. Impulsionar os remos com
força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por
vezes, é preciso remar contra a maré.
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