Bispo Márcio Silva. |
Há três maneiras de se entender esta palavra. Uma é a
interpretação pacifista: ele significa o que se está dizendo literalmente o
dever da não-resistência em relação a todos os seres humanos em qualquer
circunstância.
Outra é a interpretação reducionista: o mandamento não quer
dizer exatamente o que está dizendo; trata-se, antes, de alguma forma oriental
exagerada de dizer que você deveria suportar muita coisa e ser convincente.
Tanto você quanto eu concordamos em rejeitar essa visão.
O conflito se dá,
portanto, entre a interpretação pacifista e uma terceira que proporei agora. Acredito
que o texto queira dizer exatamente o que diz, mas com uma margem compreensível
a favor daqueles casos claramente excepcionais, que todos naturalmente
considerariam exceções, sem que fosse necessário citá-los. Isto é, na medida em
que os únicos fatores relevantes no caso forem uma injúria praticada contra mim
por meu próximo e um desejo de retaliação da minha parte, então creio que o
cristianismo ordena a mortificação absoluta desse desejo. Não se deve dar o
mínimo de atenção àquela voz dentro de nós que diz: “Ele fez isso comigo, então
devo fazer o mesmo com ele”.
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