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Parábola do bom samaritano

Bispo Márcio Silva


 “Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?” (Lucas 10. 29).
Essa parábola originou-se da pergunta de um intérprete da lei um advogado e também religioso, que buscava testar Jesus.
Buscando responder a essa pergunta, Jesus conta uma história: O cenário dessa parábola é o caminho entre Jerusalém e Jericó. Um homem, viajando por esse caminho, veio a ser interceptado por bandidos que, depois de o roubarem, ainda o deixaram gravemente ferido.
Três personagens são inseridos por Jesus na história: Um sacerdote, um levita e um samaritano. O sacerdote e o levita eram religiosos que estavam descendo de Jerusalém, o que indica que provavelmente voltavam de cultuar a Deus, já que o templo de adoração dos judeus ficava em Jerusalém.
Esperava-se deles que fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam. Eles sabiam o que tinham de fazer. Já o samaritano era considerado pelos judeus uma pessoa de segunda qualidade, indigna, pois eram inimigos. O detalhe da história é que o sacerdote e o levita nem ligam para o homem que acabara de ser assaltado e agredido, mas o samaritano faz de tudo para salvar esse homem.

Jesus critica aqui a falsa religiosidade. A falsa religiosidade é o ato de apenas ter uma religião, praticar rituais ou aparentar ser um crente. É a hipocrisia, a falsidade. O sacerdote e o levita deveriam exercitar seu amor por alguém que precisava, já que tinham o conhecimento da vontade de Deus.
O samaritano, que era visto tradicionalmente como o "bandido", desprezado, de raça mestiça e de religião profana, presta amorosos cuidados ao judeu ferido. E corre o risco de também ser assaltado e ferido por ladrões.
Ele move-se de íntima compaixão, pois tinha à sua frente um semelhante em perigo de morte, isso foi bastante para que detivesse o seu caminho e usasse de misericórdia para com o judeu ferido.
Majestosamente em seu ensinamento, o Mestre termina a parábola do bom samaritano, levando o escriba doutor da lei a concluir por si mesmo a moral que encerrava esta linda história.
O doutor da lei, não pôde deixar de reconhecer o ensinamento de Jesus, o Mestre tinha desbaratado as primeiras intenções do escriba.
E este doutor da lei estava deveras preso na sua religiosidade exacerbada. Bastava em sua resposta dizer que o próximo do judeu ferido foi o samaritano, mas o escriba no seu odioso preconceito religioso, não consegue dizer "foi o samaritano".
O principal do ensinamento de Jesus, não é determinar quem é o nosso próximo, mas que nós venhamos a nos conscientizar de que devemos fazer o bem a todos, sem distinção de raça, credo ou religião.
Não podemos deixar de ver, e ignorar a dificuldade do nosso irmão. Precisamos ajudar, fazer o bem a todos.
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