Bispo Márcio Silva |
A crise, como reagir / ilustração
"O
homem, que resolve parar até que as coisas melhorem, verificará que aquele que
não parou está tão adiante que jamais será alcançado."
Essa é a
história de um homem que possuía uma pequena chácara à beira da estrada onde
criava frangos.
Os frangos,
assados pela sua mulher, tornaram-se famosos.
Ele viu que
poderia transformar aquilo num bom negócio. Mandou reformar a fachada da casa,
colocou algumas mesas ao ar livre, mandou fazer um grande painel na frente.
A frequência
se tornou grande e seus lucros também, o negócio crescia cada vez mais.
Agora, em
diversos pontos da estrada havia cartazes indicando: "Frangos assados, os
mais deliciosos da região."
O negócio ia
tão bem, que o homem pôde colocar seu filho nas melhores escolas e, mais tarde,
mandou-o para a Universidade.
Quando o
filho voltou, já formado, disse ao pai:
-
"Papai, o país está atravessando uma série de crises, acho melhor começar
a fazer economia se quer que o nosso negócio sobreviva."
Uma das
primeiras providências foi suspender a confecção de novos cartazes e cortar a
verba de conservação dos já colocados.
E o filho
recomendou: "É melhor não acender mais o cartaz de neon, é preciso
economizar luz."
Com essa
medida, a frequência, como era natural, foi caindo; verificaram que muitas
mesas ficavam vazias e decidiram retirá-las. Poucas semanas depois, quase não
restavam mais mesas.
Os
motoristas continuavam passando pela estrada, mas agora não sabiam que naquele
lugar comia-se um ótimo frango assado.
Assim foi
indo, até que nenhum negócio mais foi realizado.
Olhando para
o que sobrava do que outrora foi um restaurante, vendo o neon apagado
e corroído, os cartazes jogados à beira da estrada, o homem viu como seu filho
era inteligente e como pôde, com tanta antecedência, prever o caso.
"É...
meu filho tinha razão, a crise foi feia mesmo."
Enquanto
isso, muitos outros negócios de frango assado, não tão bons quanto aquele,
prosperavam porque seus donos não sabiam que "a crise vinha aí".
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